O dilúvio

Rio, um lugar pacato com suas praias, musas do verão e claro gôndolas por tudo que é lado. A frase "Fui dormir no Rio e acordei em Veneza" está definindo a minha ultima terça-feira. Meu dia começou normal, acordei, amaldiçoei meu despertador e fui para a escola, a situação ficou inusitada quando o simples canalzinho perto da escola se transformou em um rio Nilo com direito a prováveis crocodilos mutantes devido a poluição do canal...

Mas como não há situação que fique sempre ruim, meu grande amigo Eduzão Paes cancelou as aulas imediatamente (jogada inteligentíssima, garantiu os votos de 90% dos adolescentes de 17/18 anos)

(Boa champs ganho meu voto!)

Resultado: Terça livre e uma subsequente quarta-feira muito bem enforcada (para em todo caso é claro...). O que acarretou em minha estadia em casa e um total e completo tédio. Me senti uma criancinha americana numa manhã de neve ouvindo o rádio e sabendo que não havia aula, a diferença é que eu era um marmanjo vendo o jornal da globo sobre a enchente que provavelmente alagou as salas da minha escola, bem... fazer o que, brasileiro adora imitar americano, o foda é que imita mal.

(Rio de Janeiro na ultima terça-feira)

Voltando ao dilúvio em si, os canais alagaram, os rios alagaram , a lagoa alagou (sinta o nível de alagamento...), se bobear até as privadas alagaram! Noé em toda sua sabedoria construiu uma arca que aguentaria quarenta dias no mar, o carioca em toda a sua malandragem pegou uma porta e foi fazer remo na Avenida das Américas, e tirou uma com a cara dos paulistanos que não podem fazer isso, bom até podem mas o Tietê alaga tantas vezes ao dia que não teria a mesma graça. Após muito ponderar sobre quais soluções poderiam ser tomadas acerca do problema resolvi que a melhor solução seria dormir, afinal moro no 17º andar, se a água chegasse aqui era um tsunami e eu estaria fudido de qualquer forma... Depois de uma rápida hibernação de oito horas acordo para o que sobrou do Rio de Janeiro , ou seja praticamente tudo que tinha antes exceto por algumas árvores arrancadas e o fato da minha rua agora ser uma zona de pesca.

No fim hoje (dia seguinte ao dilúvio) todos os que sobreviveram estão retomando suas atividades diárias, construir diques, pescar vacas e claro treinar seu nado estilo livre na Sernambetiba.